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As bruxas de Jundiaí e a absolvição por falta de provas
Duas mulheres daqui foram acusadas de feitiçaria no Século 18
Corria o ano de 1754 e Thereza Leyte e Escolástica Pinta da Silva, mãe e filha, foram acusadas pelo tribunal do Santo Ofício da Justiça Eclesiástica de terem feito um pacto com o diabo, que teria acabado na morte do primeiro marido da filha, Manoel Garcia. O óbito seria resultado de feitiçarias realizadas pela dupla jundiaiense.
O Tribunal do Santo Ofício recebia visitas exclusivas de portugueses inquisitores, responsáveis por investigar comportamentos e práticas que se desviavam dos estabelecidos pelo catolicismo.
Esta história foi resgatada pela pesquisadora e filóloga Narayan Porto durante a pesquisa de mestrado “Feitiçaria paulista: transcrição de processo-crime da Justiça Eclesiástica na América portuguesa do século 18”.
A pesquisa, que ganhou espaço essa semana no site “UOL” teve como base manuscritos originais da Cúria Metropolitana de São Paulo, que traziam um processo criminal que envolvia as duas mulheres, revelando a história das supostas feiticeiras. As conspirações contra elas começaram quando Manoel Garcia voltou adoecido de uma viagem para Goiás e seus parentes incriminaram a esposa e a sogra de terem conjurado a doença através de bruxarias.
O tribunal considerou que a mulher teria feito um “feitiço enterrado”, após descoberta de sapatos e roupas de Garcia achados cobertos de terra à porta de sua casa. Contudo, as provas não foram suficientes para condenar as duas mulheres, que foram absolvidas.