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Amigos da Bem-Te-Vi já estão com saudade do grande Gustavo
Ele também era atleta da capoeira do Peama e morreu nesta quinta aos 31 anos
Gustavo Antônio Parrilha era o gigante da turma, coisa de mais de 1,90 metro e 120 quilos, e mais importante ainda: tinha um coração enorme.
Gu, como era chamado, conviveu com o pessoal do Centro de Atendimento à Síndrome de Down Bem-Te-Vi nas últimas décadas. A Bem-Te-Vi é dos anos 90 e ele logo chegou ali com seu sorriso tímido e abraço apertado.
Aprendeu a ler e escrever. E apesar da dificuldade de fala, lia no microfone passagens da Bíblia na Paróquia de Santa Terezinha – morava ali perto, no bairro Espelho D’Água com os pais. Quem conta com orgulho essa façanha de Gu é Dalva Nunciaroni, uma das fundadoras da Bem-Te-Vi e mãe da também down Thaís, além de membro da Pastoral do Especial da Igreja da Vila Rio Branco.
Com todo o seu tamanho, Gustavo tinha agilidade suficiente para lutar capoeira e defendia o Peama Jundiaí – Programa de Esportes e Atividades Motoras Adaptadas. Também era fera da bocha.
Na Bem-Te-Vi ele estudava e ainda participava de aulas de culinária, dança e do grupo Bem-Te-Foto, de fotografia e vídeos. Não dava para não se encantar com sua presença enrome e ao mesmo tempo delicada no palco do Teatro Polytheama todo Festival da Bem-Te-Vi de fim de ano, sob o comando do coreógrafo Carlinhos Faustini.
No Bem-Te-Foto focou amigos nas mais diferentes fantasias e também serviu de modelo em muitas oportunidades sob a orientação dos jornalistas Abner Leandro e Edu Cerioni. Ele tinha, inclusive, escolhido o personagem do Incrível Hulk no curta metragem que acabou interrompido pela pandemia do novo coronavírus e será retomado em breve, assim que a situação de Saúde no país permitir, agora lhe rendendo uma homenagem.
Gustavo lutou bravamente nas últimas semanas no Hospital Pitangueiras, mas acabou vencido pela Covid-19 aos 31 anos, nesta quinta-feira (11) chuvosa e triste em Jundiaí.