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MP arquiva inquérito sobre São Vicente, que concentra 69% dos óbitos de Covid
Estrutura e atendimento teve denúncia de irregularidades; hospital diz que já esclareceu as questões
Atualizada em 16.4
Com 668 óbitos de moradores de Jundiaí dentro da pandemia do novo coronavírus, o Hospital São Vicente de Paula foi foco de um inquérito instaurado nesta semana pelo promotor Rafael de Oliveira Costa, segundo aponta o site do Ministério Público de São Paulo – confira. A informação foi publicada na quarta (14) e nesta sexta (16) a Prefeitura Municipal divulgou nota sobre o arquivamento do processo.
Leia: “O Hospital De Caridade São Vicente de Paulo (HSV) informa que o Ministério Público do Estado de São Paulo decidiu pela Promoção de Arquivamento do Inquérito Civil 8984/2021. A instituição encaminhou ao MP relatório completo e respectivas evidências sobre o trabalho desenvolvido frente à pandemia mundial covid-19, confirmando ser infundada a denúncia anônima apresentada”.
Os 668 falecimentos de pacientes do São Vicente representam 69,2% de todos em Jundiaí de 3 de abril de 2020 até agora. Entre os três hospitais particulares, isso com base no boletim diário divulgado pela Prefeitura Municipal, são 227 mortes (23,5%). Morreram 35 em residência, 28 em hospitais de outras cidades, 3 no Hospital Regional, 2 na UPA Novo Horizonte e 1 no Hospital Universitário.
Apurar eventual inadequação da estrutura e do atendimento médico prestado pelo hospital durante a pandemia foi o objetivo do inquérito. Foi dado prazo de cinco dias para que, entre outros esclarecimentos, os responsáveis pelo hospital prestassem informações quanto as medidas adotadas para a prevenção da contaminação por Covid-19 entre os seus pacientes e profissionais e ao eventual treinamento e capacidade técnica dos profissionais de saúde que atuam na UTI.
A portaria de instauração pediu também dados em relação à eventual existência de doentes deixados em aparelhos de anestesia por períodos longos em decorrência da falta de respiradores, e aos relatos envolvendo pacientes que deveriam ficar isolados, mas que estariam sido mantidos na mesma área que outras pessoas, sem a disponibilidade sequer de lavatório para higienização das mãos.
- Foto: Edu Cerioni agosto de 2020