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Jogos Paralímpicos de Inverno em Pequim terão atletas de Jundiaí
Brasil leva seis, sua participação recorde; Rocha é daqui e treina em Guaxupé, já Ribera veio se aperfeiçoar no Peama
Os Jogos Paralímpicos de Inverno de Pequim marcam a terceira participação do Brasil, que levará seis atletas, dois com forte ligação com nossa cidade e que disputam no esqui cross-country.
Guilherme Cruz Rocha, 25 anos, é natural de Jundiaí e teve a perna esquerda amputada depois de um acidente de motocicleta. Há dois anos ele descobriu a modalidade que treina em Guaxupé, cidade mineira.
Cristian Ribera, 19 anos, é de Cerejeiras (RO). Nasceu com artrogripose – doença congênita das articulações das extremidades – e, em busca de tratamento, mudou-se de Rondônia para Jundiaí. Começou no esporte no Peama e, com 15 anos, foi o atleta mais jovem a participar dos Jogos Paralímpicos de Inverno PyeongChang 2018.
As Paralimpíadas serão disputadas entre os dias 4 e 13 de março. Outros atletas convocados foram Aline Rocha, Robelson Moreira Lula e Wesley dos Santos, também da esqui cross-country, além de André Barbieri, que disputará provas de snowboard. A estreia do Brasil na competição foi em Sochi, na Rússia, em 2014, com só dois atletas.
“Eu falo para o pessoal que não fui eu que escolhi o esporte, o esporte que me escolheu. Eu fui fazer fisioterapia e a doutora perguntou se eu conhecia o esporte. Fazia 4 meses que eu estava amputado. Treinei um mês e conheci a neve pela primeira vez na Argentina. Na adaptação me sai super bem. Hoje a nossa adaptação é no asfalto, com roller. Estando entre os melhores colocados acabei conquistando as viagens internacionais para estar nas Copas do Mundo e agora na Paralímpiada”, contou Guilherme ao site “A Cidade de Guaxupé”.
Ele é ex-militar do exército e teve a perna amputada quando estava se preparando para prestar concurso para a Polícia Militar do Estado de São Paulo. Seu principal resultado foi a oitava colocação em sprint na Copa do Mundo de Planica, na Eslovênia, em março de 2021.
Já Cristian Ribera, que passou por 21 cirurgias para a correção das pernas, hoje, além do esqui cross-country, também faz natação, atletismo e anda de skate. Seus principais resultados: sexto colocado nos Jogos Paralímpicos de 2018 (melhor resultado do Brasil na história); bronze na Copa do Mundo de Vuokatti 2018; duas vezes medalha de prata na Copa do Mundo de Finsterau, em 2020; e vice-campeão geral no Circuito de Copas do Mundo 2019/20.