LOADING...

Jundiaqui

 Jayme fez ponte histórica Brasil-China
18 de agosto de 2024

Jayme fez ponte histórica Brasil-China

Edu Cerioni – O jornalista Jayme Martins faleceu neste domingo (18) aos 94 anos. Deixou incontáveis histórias em formato de artigos para jornais, escreveu livros, é tema de filme e como presente para Jundiaí “inventou ser possível” a despoluição de nosso principal rio.

Ao mundo, trouxe revelações interessantes dos costumes e da cultura e também chocantes sobre a China, então o país mais fechado do mundo e “perigosamente comunista”, para onde foi se exilar por conta da Ditadura Militar, nos anos 60.  Se tornou editor do serviço em português da Rádio Pequim.

Tinha ido para a China como professor e em seu retorno, foi barrado, taxado de comunista e mandado de volta. Ficou lá até o começo dos anos 80 e a decretação do Ato Institucional 5 (A.I.5), que anistiou presos políticos.

Após cinco anos, quando trabalhou em jornais e na assessoria política, foi outra vez para Pequim, de onde acabou revelando ao mundo detalhes do chamado Massacre da Praça da Paz Celestial, um capítulo chocante da história da humanidade.

 

Essa foto acima é de 28 de março de 2017, quando fomos ao Bar Natura depois do enterro do colunista social do JundiAqui Picôco Barbaro, um grande amigo de Jayme e que não queria tristeza em sua despedida.

Jayme recordou seus tempos na China, em dois diferentes períodos, da fotografia que guarda junto ao líder máximo Mao Tsé-Tung, do prazer que foi viver lá fora e da tristeza e a fuga para cá em 1989, por conta do massacre que vitimou centenas e feriu milhares de estudantes que pediam por democracia. Como correspondente de “O Globo”, “Estadão”, Rádio Eldorado e SBT ganhou o Grande Prêmio Líbero Badaró de Jornalismo, por conta dessa cobertura.

Trabalhou na TV Cultura, onde foi o editor-chefe do programa “Roda Viva” e atuou como comentarista internacional de outros grandes veículos de comunicação.

Nascido em Pederneiras, registrado em Jaú e que viveu e começou a trabalhar em Marília, escolheu Jundiaí para viver. Foi aqui que costurou com cidades vizinhas e o governo do Estado de São Paulo o ambicioso projeto de despoluição do Rio Jundiaí, isso em uma época que pouco se pensava sobre a finitude dos recursos naturais. Sempre foi um visionário.

Jayme faleceu em sua casa no Bairro do Poste e teve o corpo cremado no próprio domingo. Era casado com Angelina e pai de Andrea e Raquel.

Esse plano de despoluição do Rio Jundiaí foi na época em que se tornou chefe de gabinete do Governo de André Benassi e nosso último encontro, registros acima, foi no lançamento do livro do ex-prefeito “A Política como Missão”, em outubro de 2023. Foi buscar seu autógrafo, levado em cadeira-de-rodas por Angelina e já bastante doente por conta do Parkinson. Ainda assim me deu um lindo sorriso.

Outras fotos eu fiz no aniversário de 46 anos da AFLAJ, em que foi homenageado em 2018, junto com Maria Lúcia Panizza. Marilzes Petroni era a presidente da academia então.  Tem ele ainda no Casa Cica com Inos Corradin e Ivo Petroni, na posse de Luiz Fernando Machado prefeito em 2017, no cinema assistindo a uma homenagem no “Cine Memória”…

A saga da família Martins na China ficou registrada em um filme-documentário de Marcelo Machado e chamado “A Ponte de Bambu”. Traz realidades diferentes da vida cotidiana no Brasil e nas China e que faz refletir sobre como encaramos a vida longe dos familiares e como a História interfere no rumo dessas vidas.

Aqui, fotos usadas no filme…

 

 

Prev Post

Rudy leva Elvis ao Polytheama

Next Post

Em 31º na venda de…

post-bars

Leave a Comment