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Jundiaqui

 Zum zum zum na capoeira falta um
10 de setembro de 2024

Zum zum zum na capoeira falta um

Cássio Martinho, Mestre Rã, que levou a capoeira de Jundiaí até para os Estados Unidos, faleceu aos 64 anos nesta terça-feira (10), depois de ficar internado nas últimas semanas no Hospital São Vicente de Paula.

Para os amigos, saltou para longe das limitações físicas que enfrentava já tinha cerca de vinte anos. E mesmo fora da roda esse tempo todo, seguia reverenciado por uma legião de capoeiristas que ensinou os segredos do jogo marcado pelo berimbau e o pandeiro.

Rã é um dos grandes nomes do esporte na cidade. Começou aos 14 anos na capoeira, quando resolveu fugir de casa para encarar a vida lá fora. Queria se tornar indígena, virou capoeirista dos bons depois que foi morar na Bahia.

Voltou e se tornou amigo e parceiro do Mestre Galo, fundador da primeira academia de capoeira de Jundiaí, dentro da Jovem Banda, na Vila Arens, onde ficou famoso “por subir pelas paredes”. Foi Galo quem apelidou Cássio de Rã ao batizá-lo em cerimônia no Grêmio. Rã fundou a sua Capoeira Idalina.

Foram tantos saltos depois, o mais importante para os EUA, onde viveu da capoeira por 17 anos. Formou gerações a partir do convite que recebeu do Grupo de Capoeira Cordão de Ouro para ir a Miami.

Voltou ao Brasil em 2005 e passou a ensinar capoeira para crianças carentes.

Nascido em Jundiaí em 23 de maio de 1959, era filho do saudoso filósofo e publicitário Erazê Martinho, que foi vereador pelo PT e fundador do bloco de Carnaval Refogado do Sandi, e da assistente social Valdice Picchi. Cássio foi casado com Julielen Pestilo e teve uma filha, Joana Idalina. E o filho de coração, Leonardo Ferreira da Silva, o Amigo da Onça, que dará continuidade a seu legado.

Em 2003, Mestre Rã havia sido diagnosticado com neurocisticercose, com sequelas neurológicas graves. Viveu os últimos anos no Rancho Cambará (que nos tempos de Erazê era chamado de Sítio Sem Fim), onde realizou seu sonho de conviver e trabalhar com cavalos. Nos últimos dias, recebeu uma infinidade de cartinhas de pessoas com quem conviveu aqui e fora, que viraram um varal no hospital. Seu corpo será cremado em Itatiba nesta quarta (11).

Fotos: Edu Cerioni em 1988 e Arquivo Pessoal
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