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Gedeone Malagola marcou a história das HQs
GEDEONE MALAGOLA
(São Paulo, 7/7/1924 +15/9/2012)
Um dos mais importantes e produtivos roteiristas brasileiros (ao lado de Rubens Francisco Lucchetti), Gedeone Malagola começou a desenhar na infância, incentivado pelo pai, que era pintor e desenhista acadêmico.
Das cópias dos quadrinhos de Flash Gordon, de Alex Raymond, que eram publicados pelo Suplemento Juvenil, passou aos desenhos e roteiros próprios e iniciou sua carreira fornecendo tiras de humor para o tablóide paulistano A Marmita.
A partir daí, trabalhou para a maioria das editoras deste gênero, entre elas: Cômico Colegial, Edições Júpiter, La Selva, Novo Mundo, Vida Juvenil, Vida Infantil, Editora Continental, Editora Outubro, Taika, Edições GEP, Nova Sampa, Editora Trieste, Editora D’Arte e ICEA.
Adaptou-se, em seguida, a todos os gêneros de quadrinhos, do infantil aos de aventura, de guerra e de terror. Neste último, foi pioneiro no Brasil, com uma história de assombração escrita em 1953.
Escreveu histórias de terror para as revistas Frankestein, A Múmia, Drácula, Estórias Negras e Clássicos do Terror, publicadas pela editora Outubro.
Em meio século de carreira, Gedeone produziu mais de 1.600 histórias, inclusive de personagens popularizados pela TV, como o super-herói He-Man. Também deu vida a personagens que marcaram leitores por muito tempo, como alguns dos primeiros heróis e super-heróis brasileiros – Targo, Juvêncio, Raio Negro, Homem-Lua e Homem-Mosca e outros.
Passou ainda pelos quadrinhos de guerra do antológico Combate, um dos gibis brasileiros mais marcantes na segunda metade da década de 60.
Uma de suas obras-primas, O Lobisomem, feita em parceria com Sérgio Lima e Nico Rosso, ganhou álbum de luxo pela Opera Graphica em 2002.
Em Jundiaí, Gedeone ministrou cursos de HQ e teve participação em diversas mostras de quadrinhos. Recebeu premiação no II Concurso de Mini-Contos da Academia Feminina de Letras Artes, pelo trabalho intitulado Eu Não Sou Eu, e integrou a comissão organizadora do I Salão Nacional do Humor de Jundiaí, realizado em 1991, no Centro das Artes.
Nos últimos anos – até sofrer um acidente que o deixou impossibilitado de descer ao seu estúdio, no porão de sua casa – Gedeone trabalhava num projeto audacioso, roteirizando uma história do mágico Mandrake para o cinema.
O nome de Gedeone Malagola – policial civil aposentado que viveu em Jundiaí a partir dos anos 70 – é citado em praticamente todas as enciclopédias de HQ, tanto no Brasil como no Exterior. Consta, também, no Dicionário Jundiaiense de Literatura, que publiquei em 1999.