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Curta de jundiaienses entre os 100 melhores do Brasil em todos os tempos
“Dov’è Meneghetti?”, de 1989, tem direção e roteiro de Beto Brant, Toni Lopes como ator e Carla Candiotto de assistente
Edu Cerioni
“Ilha das Flores”, de Jorge Furtado, acaba de ser eleito o melhor curta-metragem já feito no Brasil. Ele lidera o ranking da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) e que servirá de base para o livro “Curta Brasileiro – 100 Filmes Essenciais”. Entre os melhores, na posição de numero 77, figura “Dov’è Meneghetti?”, com a participação de três jundiaienses. São eles: Beto Brant (foto abaixo), diretor e roteirista, o ator Toni Lopes e a assistente de produção Carla Candiotto.
O filme “Dov’è Meneghetti?” – algo como cadê você Meneghetti? – é uma comédia deliciosa de cerca de 11 minutos. Foi feito em 1989 e mistura o português com um carregado sotaque italiano, com cenas de perseguição em telhados, quedas, tiros, bate-bocas em alto som e um olhar gostoso sobre a São Paulo dos anos 1920.
Toni Lopes é um delegado que tenta prender o maior ladrão de joias, Gino Amleto Meneghetti, que se notabilizou pela agilidade com que saltava os telhados durante as fugas. Gino era um italiano irreverente, sedutor e que debochava da polícia paulistana. (Uma curiosidade: também no elenco aparece Rosi Campos, que fez o longa filmado em Jundiaí “Eu Te Levo”, de 2015, do diretor Marcelo Muller).
O curta dos jundiaienses fez bonito quando de seu lançamento em 1989, colecionando muitos prêmios. Ganhou de Melhor Ator no Festival de Gramado com Luiz Ramalho. E no Festival Rio BR foi a sensação vencendo Melhor Diretor para Beto Brant, Melhor Filme – Crítica, Melhor Filme – Júri Popular, Melhor Fotografia e Melhor Trilha Sonora. Em 1990 ganhou ainda como Melhor Filme no Festival de Curitiba. Clique aqui e assista!
Roberto Garcia Brant de Carvalho, o Beto, nasceu em Jundiaí em 1964 e é cineasta, roteirista e produtor. Fez faculdade de cinema na Faap, formando-se em 1987. Já no ano seguinte recebeu o Prêmio Estímulo à Produção de Curtas-Metragens da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, colecionando desde então grandes trabalhos para o cinema e a publicidade.
Tem um documentário chamado “Pitanga” e sete filmes: “Os Matadores” (1997), “Ação Entre Amigos” (1998), “O Invasor” (2002), “Crime Delicado” (2005), “Cão Sem Dono” (2006), “O Amor Segundo B. Schianberg” (2009) e “Eu Receberia as Piores Notícias de Seus Lindos Lábios” (2011). Tem prêmios em Nova York, Veneza, Berlin e outros tantos também nacionais.
Toni Lopes (Antônio Lopes de Oliveira Neto) morreu cedo, aos 50 anos – nasceu em 1953 e faleceu em 2003. O ator jundiaiense ficou famoso na TV nos anos 80, como o garoto-propaganda gordinho, careca e barbudo do Banco Bamerindus. Também fez comercial para a Bom Bril.
Carla Candiotto direcionou seu trabalho mais ao teatro bos últimos anos é soma nada menos do que 6 Prêmios APCA e 8 Prêmios São Paulo de Teatro Infantil e Jovem, entre outros. Ela desenvolve sua carreira tanto em trabalhos na Cia. Le Plat du Jour bem como em produções de outros grupos de teatro. Atriz e diretora desde os 22 anos, atua também como autora e produtora teatral.
Aqui, a lista completa com os 100 melhores curtas-metragens eleitos pela Abraccine:
1- Ilha das flores (1989), de Jorge Furtado
2- Di (1977), de Glauber Rocha
3- Blábláblá (1968), de Andrea Tonacci
4 – A velha a fiar (1964), de Humberto Mauro
5 – Couro de gato (1962), de Joaquim Pedro de Andrade
6 – Aruanda (1960), de Linduarte Noronha
7 – SuperOutro (1989), de Edgard Navarro
8 – Maioria absoluta (1964), de Leon Hirszman
9 – A entrevista (1966), de Helena Solberg
10 – Arraial do Cabo (1959), de Paulo Cezar Saraceni e Mário Carneiro
11 – Alma no olho (1973), de Zózimo Bulbul
12 – Viramundo (1965), de Geraldo Sarno
13 – Vinil verde (2004), de Kleber Mendonça Filho
14 – Documentário (1966), de Rogério Sganzerla
15 – Vereda tropical (1977), de Joaquim Pedro de Andrade
16 – Recife frio (2009), de Kleber Mendonça Filho
17 – Nelson Cavaquinho (1969), de Leon Hirszman
18 – Zezero (1974), de Ozualdo Candeias
19 – Sangue corsário (1980), de Carlos Reichenbach
20 – O dia em que Dorival encarou a guarda (1986), de Jorge Furtado e José Pedro Goulart
21 – O poeta do castelo (1959), de Joaquim Pedro de Andrade
22 – Brasília, contradições de uma cidade nova (1967), de Joaquim Pedro de Andrade
23 – Maranhão 66 (1966), de Glauber Rocha
24 – O som ou tratado de harmonia (1984), de Arthur Omar
25 – Subterrâneos do futebol (1965), de Maurice Capovilla
26 – Mato eles? (1983), de Sérgio Bianchi
27 – Guaxuma (2018), de Nara Normande
28 – Meow! (1981), de Marcos Magalhães
29 – Eletrodoméstica (2005), de Kleber Mendonça Filho
30 – O rei do cagaço (1977), de Edgard Navarro
31 – Fantasmas (2010), de André Novais Oliveira
32 – Socorro Nobre (1995), de Walter Salles
33 – À meia noite com Glauber (1997), de Ivan Cardoso
34 – Dias de greve (2009), de Adirley Queirós
35 – A pedra da riqueza (1975), de Vladimir Carvalho
36 – Memória do cangaço (1965), de Paulo Gil Soares
37 – O duplo (2012), de Juliana Rojas
38 – Quintal (2015), de André Novais Oliveira
39 – Fala Brasília (1966), de Nelson Pereira dos Santos
40 – O porto de Santos (1978), de Aloysio Raulino
41 – Horror Palace Hotel (1978), de Jairo Ferreira
42 – Esta rua tão Augusta (1968), de Carlos Reichenbach
43 – Muro (2008), de Tião
44 – Manhã cinzenta (1969), de Olney São Paulo
45 – O tigre e a gazela (1977), de Aloysio Raulino
46 – Cinema inocente (1980), de Julio Bressane
47 – …a rua chamada Triumpho 969/70 (1971), de Ozualdo Candeias
48 – Carro de bois (1974), de Humberto Mauro
49 – Olho por olho (1966), de Andrea Tonacci
50 – Praça Walt Disney (2011), de Renata Pinheiro e Sergio Oliveira
51 – Chapeleiros (1983), de Adrian Cooper
52 – Juvenília (1994), de Paulo Sacramento
53 – Os óculos do vovô (1913), de Francisco Santos
54 – Dossiê Rê Bordosa (2008), de Cesar Cabral
55 – Lampião, o rei do cangaço (1937), de Benjamin Abrahão
56 – Animando (1983), de Marcos Magalhães
57 – Jardim Nova Bahia (1971), de Aloysio Raulino
58 – Partido alto (1982), de Leon Hirszman
59 – Torre (2017), de Nádia Mangolini
60 – Mauro, Humberto (1975), de David Neves
61 – Ver ouvir (1966), de Antônio Carlos Fontoura
62 – Congo (1972), de Arthur Omar
63 – Caramujo-flor (1988), de Joel Pizzini
64 – Lacrimosa (1970), de Aloysio Raulino e Luna Alkalay
65 – Palíndromo (2001), de Philippe Barcinski
66 – Um sol alaranjado (2002), de Eduardo Valente
67 – Cantos de trabalho (1955), de Humberto Mauro
68 – O guru e os guris (1973), de Jairo Ferreira
69 – Nosferato no Brasil (1970), de Ivan Cardoso
70 – Mulheres de cinema (1976), de Ana Maria Magalhães
71 – Kbela (2015), de Yasmin Thayná
72 – A voz e o vazio: a vez de Vassourinha (1998), de Carlos Adriano
73 – Libertários (1976), de Lauro Escorel
74 – Meu compadre Zé Ketti (2001), de Nelson Pereira dos Santos
75 – Seams (1993), de Karim Aïnouz
76 – Céu sobre água (1978), de José Agrippino de Paula
77 – Dov’è Meneghetti? (1989), de Beto Brant
78 – Teremos infância (1974), de Aloysio Raulino
79 – Texas Hotel (1999), de Cláudio Assis
80 – Rituais e festas Bororo (1917), de Major Thomaz Reis
81 – Integração racial (1964), de Paulo Cezar Saraceni
82 – HO (1979), de Ivan Cardoso
83 – Kyrie ou o início do caos (1998), de Debora Waldman
84 – Pouco mais de um mês (2013), de André Novais Oliveira
85 – Cartão vermelho (1994), de Laís Bodanzky
86 – Um dia na rampa (1960), de Luiz Paulino dos Santos
87 – Moreira da Silva (1973), de Ivan Cardoso
88 – Nada (2017), de Gabriel Martins
89 – Nada levarei quando morrer aqueles que mim deve cobrarei no inferno (1981), de Miguel Rio Branco
90 – O ataque das araras (1975), de Jairo Ferreira
91 – Enigma de um dia (1996), de Joel Pizzini
92 – Amor! (1994), de José Roberto Torero
93 – Menino da calça branca (1961), de Sérgio Ricardo
94 – Estado itinerante (2016), de Ana Carolina Soares
95 – Amor só de mãe (2002), de Dennison Ramalho
96 – Carolina (2003), de Jeferson De
97 – Contestação (1969), de João Silvério Trevisan
98 – Guida (2014), de Rosana Urbes
99 – Exemplo regenerador (1919), de José Medina
100 – Frankstein punk (1986), de Cao Hamburger e Eliana Fonseca.
Nos agradecimentos, Beto cita o pai José Roberto Brant de Carvalho (foto abaixo).
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