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Os limites do amanhã
Pelo Dr. Didi
Enquanto a sociedade se degladia por Bolsonaro x Lula “et caterva”, esquecemos que uma juventude progride para um futuro cada vez mais incerto.
O país não os está preparando para o que está por vir com o aumento da utilização da inteligência artificial a roubar empregos.
Não sou contra a modernidade e tecnologia avançada que nos facilita a vida, mas me dói saber que quem não estiver capacitado vai sobrar a caminho da marginalidade.
Às vezes me recuso a usar os caixas automatizados dos supermercados, cada vez mais frequentes, por me sentir constrangido, com pena das garotas que nos orientam, pensando na armadilha que estão caindo. São empregos a menos.
Marcelo Gleiser, o físico, em sua conversa com Roberto D’Avila, me fez ir dormir mais tarde ficando a pensar até o amanhecer. Discorreu sobre os efeitos da inteligência artificial que já esta a causar grandes impactos na utilização do homem em países desenvolvidos.
Não há cursos profissionalizantes em número suficiente para abarcar toda uma parte da juventude, que sequer sabe ler, escrever e contar. Não há politicas públicas para mudar essa triste realidade – enquanto isso, se discute o terraplanismo e a capacidade dos peixes e moluscos com cérebro suficiente para fugir do óleo das praias…
Vejo, todos os dias, na minha atividade profissional como médico ortopedista, jovens arrebentando seus músculos e articulações em trabalhos braçais dos mais exigentes. Em pouco tempo serão inválidos, aumentando a população de carentes da Previdência Social e substituídos por máquinas que farão melhor e mais rápido suas tarefas. Não possuem capacitação para outra atividade profissional.
O Sistema S (Senai, Senac etc) e as escolas técnicas fazem um excelente trabalho de formação, mas são insuficientes e têm cada vez menos recursos para absorver os jovens que perdidos buscam os “pancadões” de suas vidas miseráveis.
Até!
Diógenes Augusto Archanjo da Silva, o Dr. Didi, é médico ortopedista