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Jundiaqui

 Um Novo Centro das Artes para chamar de nosso
14 de dezembro de 2023

Um Novo Centro das Artes para chamar de nosso

Por Edu Cerioni – Em um dos aniversários mais quentes pelo menos da história recente dos 367 anos de Jundiaí – idade que foi revisada pouco tempo atrás -, uma multidão foi dar as boas vindas ao Novo Centro das Artes, agora batizado com o nome do saudoso Prefeito Pedro Fávaro, que transformou aquele espaço em cultural no ano de 1981, sendo até então um mercado municipal ali.

Pedrinho, seu filho, foi ovacionado ao lado da irmã Gisele. A luta ferrenha pela vida deste ex-secretário de Cultura foi visível e serve de exemplo de fé e coragem. Emocionou muita gente ao erguer a placa com o nome de seu pai. Também familiares de outras figuras que dão nomes para as salas de espetáculos, sim agora são duas, e de exposição, também se sentiram honrados com as homenagens, casos de Glória Rocha, Josette Feres e Olga de Brito.

Teve choro, teve aplausos e gritos; coralistas, instrumentistas de corda, dançarinos, poetas em declamação e crianças com gorrinho do Papai Noel. Teve Homem Aranha, havaiana e Mickey e Minie. Rolou agradecimento às faxineiras e quase alguém puxou um “parabéns a você” para uma delas, aniversariante assim como a cidade. Claro que rolou muita conversa em alto e bom som, além de sonoros pedidos de silêncio para os discursos. Teve recepção por artistas como Mário Rebouças e o Rick desta vez sem a Kelly, teve até quem se ajoelhou no chão. Ah!, teve gente que conseguiu usar paletó neste 14 de dezembro de 2023 de onda extrema de calor.

Quase deu para cantar ‘Jundiaí 40 Graus’, mas a turma da MPB com Tom Nando e Clarina, entre outros, se apresenta somente no sábado (16) à noite.

E teve o sol por testemunha! Ele que bateu forte dentro do Centro das Artes, totalmente revitalizado, por conta do uso de telhas transparentes em parte do telhado. Esquentou sim, mas em compensação clareou tudo, não há dúvidas, isso depois de exatos 10 anos de escuridão total ali, com tapumes encobrindo obras começando e parando, escondendo um espaço que os artistas da cidade e o público em geral ansiavam ver reaberto.

E agora tem festa até dia 23 – depois haverá uma parada estratégica para acertos da programação que promete agitar o Centro em 2024.

Ficou bonito, ficou alegre, ficou funcional. E tem acessibilidade total. Filipi Lima faz parte do governo e poderia ser suspeito falando, mas sua emoção na reabertura não deixa dúvida da vitória de cadeirantes como ele. “Vim aqui quando criança, estudava na Escola Luiz Bárbaro, e adorei. Depois que tive o acidente e fiquei tetraplégico, nunca mais voltei. Retorno agora com direito a elevador que me dá liberdade de subir, descer, curtir tudo. Tem também piso tátil, tem intérprete de libras, áudio descrição, o acesso é para todos realmente”, diz.

Quem usou paletó foi o prefeito Luiz Fernando Machado, seguido por gestores. Não falamos qual o segredo. E foi ele também que se ajoelhou no chão no momento da apresentação da placa inaugural. Não teve corte de fita, mas um puxão no pano preto que, ao cair, fez brilhar nomes importantes para a conquista desse agora realmente centro de artes, como explicou o gestor da área Marcelo Peroni.

Perguntei ao prefeito se era um gesto de alívio se ajoelhar, tipo tirando um peso e ele me disse: “Era um peso que carregava, uma dificuldade pelo aspecto da técnica da construção de teatros que hoje é feita com absoluta modernidade, total acessibilidade, exigindo detalhes em todo o projeto, uma obra que exigiu uma especificidade e valores altos de investimento”.

O gestor de Finanças, José Antonio Parimoschi, assegurou que o Centro das Artes Prefeito Pedro Fávaro vale cada centavo colocado ali. “Jundiaí tinha uma grande expectativa e olha que interessante: a cidade faz aniversário e é ela quem dá um presente à população. Estudei no Conde, escola aqui na frente, e vinha na feira de ciências aqui, estava com saudade. Dez anos fechados foi um tempo longo, mas hoje esse espaço volta com tudo à vida”.

Essa reabertura fez Peroni chorar de emoção. Contou que como artista, começou ali no Ballet Teatro Oficina e agora como gestor, tem a honra de fazer a festa de inauguração. Como artista também protestou pelo fechamento, lembrou, mas que estava muito feliz pelo resultado final. “A união e luta para a cidade investir em Cultura fez e faz a diferença. Junto com outras áreas, como Educação, a Cultura é fundamental para melhorar a sociedade”, discursou. E garantiu: “Estamos oferecendo o melhor e o melhor custa caro”.

Por falar em melhor, a gerência do Sesc Jundiaí esteve presente para conhecer a novidade. O Sesc veio para cá em 2015 e ajudou a ‘subir o sarrafo’ de qualidade para quem faz e quem recebe cultura.

Além de Fávaro, Glória, Josette e Olga, uma placa faz homenagem ao Donizete que todo jundiaiense com mais de 30 anos conheceu ali na portaria do Centro das Artes.

Na saída, quem estava lá? O pipoqueiro Isaías, tradição na porta de teatro. Foi cumprimentado por Luiz Fernando e Parimoschi, que lembrou: “Já tem gente faturando”.

A rua Barão de Jundiaí no quarteirão entre Rua Siqueira de Moraes e Rua da Imprensa agora não tem mais vagas de estacionamento. Luiz Fernando disse que ouviu críticas, mas disse: “Aqui em frente agora é espaço de protagonismo das pessoas. Eram no máximo dez vagas de carros e agora acomoda 500 pessoas. Em Jundiaí o cidadão é protagonista das ruas”.

Para quem usa carro, a dica agora é deixar no estacionamento do Expressa, na avenida União dos Ferroviários, e subir e depois descer de ônibus – tudo de graça.

O prefeito destacou ainda que foi feita uma permuta de área e que agora o Solar do Barão, museu na mesma rua e que recebe a Exposição de Presépios, passou a ser de Jundiaí, outro presente. “Estamos fazendo um investimento grande na revitalização do Centro, na faixa de R$ 50 milhões”.

Foram diversos os artistas homenageados, como o pintor Elvio Santiago, a escritora Julia Heimann e o maestro Jansen Feliciano. Destaque para a presença da ex-secretaria de Cultura Penha Camunhas.

Já o gestor de Agronegócio, Eduardo Alvarez, lembrou que ali foi feita a primeira Festa da Uva, em 1934, portanto é muito interessante a reinauguração agora. Eu lembro que o “JundiAqui em Revista” será publicado em janeiro  de 2024, com grande tiragem e distribuição gratuita, com tudo sobre esses 90 anos de festa.

Os 367 anos? Em 2020 e em 2021 a cidade festejou os mesmo 365 anos, isso porque entre um aniversário e outro o historiador e professor Samuel Vidilli apresentou nova pesquisas sobre nossa fundação com base no Arquivo Torre do Tombo, em Portugal. Vidilli foi lá nesta quarta ver a inauguração – não fosse seu achado, seriam 368 velinhas agora…

Veja fotos exclusivas do JundiAqui:

 

Fotos: Edu Cerioni

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5 thoughts on “Um Novo Centro das Artes para chamar de nosso

Marilzes Petronisays:

Como sempre você faz um trabalho impecável e se supera a cada evento. Parabéns pela cobertura.

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REGINA KALMANsays:

Sem dúvida, a reabertura do Centro das Artes é um grande acontecimento e dá esperança para Jundiaí, principalmente para quem conheceu esse local antes. Fechado por 10 anos, agora me trouxe muitas lembranças boas. Aberto, novas gerações irão desfrutar. JUNDIAÍ merece.

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José Vanderlei Franzonisays:

Adorei, pena que eu vi uma coisa triste… vi um quadro de uma foto de artista sem plaquinha com o nome dela e o nome da obra escrito a mão, achei discriminação porque todas as outras obras têm plaquinha a identificando. Ficou uma coisa constrangedora para a artista e toda família dela que prestigiou o evento. Uma falha terrível de organização e que não tem justificativa. Infelizmente, é assim aqui e acredito que não deva ser problema politico e sim apenas uma discriminação.
Gostaria de saber o motivo dessa coisa estranha ou se era para a artista não ter exposto? Sei lá, mas esta muito estranho. Acredito que o gestor deva se manifestar!

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Graziella de Oliveira Marésays:

Gostaria muito de ter ido à inauguração do novo Centro das Artes! A matéria está excelente! Já vi alguns concertos lá e tinha saudades do teatro. Agora com sala de exposições, espero poder participar da próxima!!
Graziella Maré

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Julia Fernandes Heimannsays:

O Centro das Artes, com a sala de espetáculos Glória Rocha, foi um local de importantes acontecimentos culturais. Quando eu estava na presidência das Academias de Letras coordenei vários eventos que lotaram o local. Sentia muita tristeza ao vê-lo fechado. Com a revitalização, voltaremos a utilizar esse espaço magnífico. Jundiaí merece ter local digno para os eventos produzidos por seus artistas! Gratidão.

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