O desfile Carnaval de 2025 tem data e formato definidos. Everson Bellato Cirino, o Metal, presidente da Liga das Escolas de Samba de Jundiaí (Lijunes), defende que “a folia fora de época” só traz benefícios. “Ganham as escolas, o turismo e os foliões que gostam de esticar o reinado de Momo por muito mais tempo”, acredita.

Vai acontecer em 26 de abril, no Espaço Multiuso da Cidade Administrativa.

Já o desfile dos blocos de rua tem data a partir de 23 de fevereiro com o afro Kekerê, um domingo (exceto que o Chupa que é de Uva volte, com seu desfile no sábado dia 22), sendo o ponto alto o 28 de fevereiro com o tradicional gigante Refogado do Sandi. A Terça Gorda já cai em março, no dia 4.

As escolas de samba se apresentam em data diferente do Carnaval oficial desde 2023, quando o desfile ocorreu em 22 de abril, no feriado prolongado de Tiradentes. Em 2024 estava marcado para março, em meio à Quaresma, mas para não gerar polêmica, trocou de data para 6 de abril, fora da Quaresma.

Vale lembrar que em 2021 e 2022 não teve escolas de samba por conta da pandemia da Covid-19. Em 202o e antes disso, seguia o calendário brasileiro.

Metal reconhece que a Lijunes recebeu críticas pela troca de calendário, porém essa é uma decisão estudada e sem chance de retroceder.

Ele explica que “a mudança ajuda as escolas com a ampliação do tempo para ensaios e na preparação do desfile. Traz mais gente para as agremiações, porque muitos desfilam em São Paulo (alguns poucos até no Rio de Janeiro) e acabam se distanciando daqui. Faz aumentar o fluxo de turistas, porque foliões de outras cidades acabam vindo para cá no fora de época. E o público se diverte por mais tempo, com os blocos da cidade ou escolas grandes de São Paulo e Rio na tevê em data oficial e depois com a gente em abril”.

“Já conseguimos atrair gente de fora e que é referência no mundo do samba e a nossa expectativa é uma ampliação significativa da vinda também desse público formado por carnavalescos, intérpretes, músicos, além de chamar a imprensa especializada, ter mais bons julgadores disponíveis, enfim, crescer e aparecer”.

Metal lembra que os desfiles de São Paulo e Rio não concorrem e sim se complementam em suas datas, para não dividirem as atenções. Um é de sexta e sábado e outro de domingo e segunda.

“Vitória, no Espírito Santo, puxou seus desfiles para uma semana antes da agenda de São Paulo e Rio; Porto Alegre por sua vez jogou para 15 dias depois. E as duas capitais ampliaram significativamente a presença de público e conseguiram mais patrocínios”. E segue: “Cidades do mesmo porte de Jundiaí ou menores que também mudaram seus desfiles são Niterói, Uruguaiana, Ilhabela, Corumbá, Porto Velho, Macapá e até Santos”.

Para o presidente da Lijunes, a troca de data veio para fazer renascer o desfile, que perdia seu brilho a cada ano. “Melhorou tudo, inclusive a estrutura para quem desfila, isso fica evidente quando se vê que reunimos cerca de dois mil e quinhentos foliões. Melhorou ainda para o público, com arquibancada coberta, mais segurança, e contando com uma boa praça de alimentação, mais de trinta comerciantes legais, gerando mais empregos, 400 diretos e indiretos. Foram mais de dez mil pessoas este ano”.

Além disso, Metal destaca que duas emissoras transmitiram o desfile ao vivo, TVTec e TV Mais Brasil, somando 30 mil pessoas na audiência.

A Lijunes votou e aprovou que o desfile a partir de agora será sempre no final de semana seguinte ao fim da Páscoa, o que foi assinado por representantes de Arco-Íris, Leões da Hortolândia, União da Vila, Império da Maringá, Caprichosos de Jundiaí e União do Povo.

“A proposta foi abraçada pela Gestão de Cultura”, segundo Metal. Mas ele enfatisa que o desfile é feito 100% com recursos das escolas, ou seja, sem verba pública, embora haja parcerias com a prefeitura que geram dinheiro para promoção de oficinas, cursos, ações que ensinam desde o batuque até a confecção de fantasias e adereços, entre outras investidas que gerem conhecimento e renda à população em geral.

Para 2025, já estão sendo costuradas parcerias com a rede hoteleira da cidade e há uma proposta de se oferecer um passeio pela Rota Afro de Jundiaí no dia seguinte ao desfile, o 27 de abril, com opções de almoço na Rota da Uva ou Italiana.