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 “AfoSamba” é o balanço de Tom Nando
14 de abril de 2025

“AfoSamba” é o balanço de Tom Nando

Por Edu Cerioni – Com “sua língua de cobra nunca vai me envenenar”, Tom Nando abriu o show “AfoSamba” na noite deste domingo (13) rodeado das fãs e especialmente de amigos no Centro das Artes. Muitos deles já o acompanham desde os tempos em que ainda era o Fofão, 36 anos atrás, quando começou a agitar com seu violão a Praça do Armazém, lendária por revelar bons músicos.

Mais afinado, corpo e cantoria, com domínio pleno do palco, o nascido Antonio Fernando Nicioli voltou à Sala Glória Rocha para ser aplaudido de pé ao final do bis e, claro, também no bis do bis – com ele é assim, gosta do que faz, se deixa levar e segue tocando, cantando e encantando plateias.

Foi uma festa linda, em que expressou gratidão e mandou “eu te amo” que muitos receberam de braços abertos. E que bonito foi ver a mãe de Tom, Dora Labegalini Nicioli, 88 anos, sorrindo para a parceria que o filho fez com uma espécie de mãe adotiva, Ignezinha do Pandeiro, de 93 anos, chamada por ele de “nosso patrimônio” e ovacionada. As duas me disseram depois que ficaram emocionadas.

Ignezinha sempre toca com Tom no Bar Natura e neste domingo teve outros três pandeiros a lhe acompanhar… como foi bonito de ver e ouvir. O violonista (e não violeiro como escrevi aqui errado em postagem anterior) todo de branco e a senhorinha a seu lado, ela que desafia a lógica com sua vitalidade que muito jovem inveja, tendo atrás Camila Munhoz, Alexandre “Bocudo” Faria e Ronaldinho Corrêa. Quatro pandeiros juntos eu nunca tinha curtido!

Tom fez um show quase todo autoral, exceção de três músicas dos baianos Gilberto Gil e Caetano Veloso, como “Filhos de Gandhi”, sons dentro da noite que tanto ele resgata. Isso vem desde os tempos de Tázoeira, depois com o Clave de Fá, mais à frente com o Cordas Vocais e ainda com o Trio em Transe, sempre presentes festas e desfiles de Carnaval (do saudoso Chupa que é de Uva, do Kekerê, com a Bateria Azul e Branco e por aí vai). A título de curiosidade sua primeira formação foi um trio na escola do Sesi da Ponte São João, o Frutos do Sol.

Quando tocou Caetano, mandou um carinho para o filho Cae, ao lado da mãe Mara Bianchin e de quem chegou antes, Ca.Nicioli, estudante de regência na Unesp e que ouviu e se emocionou com “Alento ao Coração”, que fala em chamego.

 

Das suas criações mostradas em “AfoSamba”, a inspiração maior veio do mar. Inclusive tocou “Menino da Praia”, que tem letra de Iliana Mendonça e narra sua aventura na primeira vez que foi levado ao litoral. Pra resumir, se separou da família e foi encontrado depois em meio a atabaques do candomblé – daí vem a batucada que corre no sangue e a crença que corre no coração até hoje.

Além dessa história, contou outras. É interessante você entender de onde vieram as ideias para a construção das músicas. Falou de Tomé Zabelê, quando puxou “O Miolo do Nego” – e acabou com um “eu te amo meu amigo, esteja você onde estiver”. Contou de dona Cecília, que ganhou dele e de Leni a “Voa Gira”. Leni viu em sonho a mãe em uma gira e junto com Tom surgiu uma canção de arrepiar.

Teve música em parceria com Daniel ZY e Fernandinho Massagardi, feita dentro de uma van na estrada, e com a atriz Amanda Mantovani (chamada “Viúva Negra”). Já “Vinheta do Avião”, curtinha, fez em Barcelona, quando foi abrigado por Antunes Nasser, que estava na plateia.

Além de Ignezinha, o show teve participações especiais do vocalista Mil Taroba, em “Reconvexo”, e de Ubirajara Luis no berimbau. Somente em “Destino para o Mar” tocou sozinho, no mais rolou a percussão tripla com pandeiros, tambores, chocalhos, caixinhas, zabumba e mini bateria.

A direção musical foi de Fernando Gambini, com Décio Scalle e Marici Nicioli na produção. “AfoSamba” teve patrocínio de ICW Psicologia, Festa e Fantasia e Natura, com apoio cultural de JundWeb e JundiAqui.

Veja mais fotos de João Ballas:

Aqui fotos minhas do público:

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