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Adiamento de Jogos no Japão foi o melhor para atletas, diz Joyce Oliveira
Atleta de Jundiaí tem vaga na Paralimpíada de Tóquio, que foi adiada para 2021
O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, anunciou nesta terça-feira (24) que o país chegou a um acordo com o Comitê Olímpico Internacional – COI para que os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio sejam adiados até 2021 por conta do coronavírus. A troca de data foi festejada pela atleta jundiaiense Joyce Fernanda de Oliveira, 29 anos, com vaga garantida no tênis de mesa paralímpico.
“O adiamento foi a melhor coisa que poderia acontecer para nós, os atletas. Não estamos treinando nos últimos dias”, conta. E vai além: “Quem teria cabeça para ir de avião até o Japão e disputar medalhas, sabendo do risco que poderia correr e depois na volta para nossas famílias?”
Joyce contou ao JundiAqui que está em quarentena em casa (foto acima) com marido e filho e que o pior dos últimos dias era a dúvida sobre se iriam ou não acontecer os Jogos. “Estava angustiante essa dúvida”.
A atleta diz que até um mês atrás vinha fazendo toda a preparação e com foco total em Tóquio, mas que a situação mudou ao mesmo tempo em que o coronavírus foi mexendo com o mundo todo. “Agora é ficar em casa, esperar acalmar tudo e depois voltar a treinar para defender bem nosso país”.
Oficialmente, Joyce ainda não foi comunicada pelo Comitê Olímpico Brasileiro.
Os Jogos Olímpicos estavam previstos para ocorrer de 24 de julho e 9 de agosto de 2020. Já os Paralímpicos seriam de 25 de agosto a 6 de setembro.
É a primeira vez na era moderna dos Jogos Olímpicos que uma edição é adiada. Durante a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais, três edições não aconteceram.
Minutos depois do pronuciamento, o COI emitiu uma nota. “Nas atuais circunstâncias, e com base nas informações fornecidas pela OMS, o Presidente do COI e o primeiro-ministro do Japão concluíram que os Jogos da XXXII Olimpíada de Tóquio devem ser remarcados para uma data posterior a 2020, mas o mais tardar no verão de 2021, para proteger a saúde dos atletas, todos os envolvidos nos Jogos Olímpicos e na comunidade internacional”.
Existem mais de 375 mil casos do Covid-19 registrados em todo o mundo e em quase todos os países, e seu número está aumentando a cada hora.
Joyce garantiu sua vaga em Tóquio como medalha de ouro no tênis de mesa nos Jogos Parapan de Lima, ano passado. Será sua terceira Parolimpiada. A jundiaiense figura no Top 10 mundial pelo ranking da Federação Internacional de Tênis de Mesa (ITTF).
Em 2002, Joyce sofreu um acidente e ficou paraplégica quando da queda de estrutura de um ponto de ônibus, que atingiu sua coluna. O tênis de mesa ela descobriu três anos depois e vem brilhando, uma história que começou no Centro Sarah Kubstisheck e teve sequência na AACD São Paulo, equipe que defende até os dias de hoje. Antes do acidente, Joyce jogava futebol.