Por Edu Cerioni – Os 50 anos da Academia Jundiaiense de Letras e Artes de Jundiaí foi com festa para cerca de 70 pessoas na noite de sexta-feira (18), com homenagens, um toque de emoção e uma promessa, sob o comando da presidente e dona da Cadeira nº 1, Lúcia Helena Andrade Gomes.

Aos 92 anos, dona Lygia Guião Maroni foi aplaudida de pé, como a veterana da turma. Também Julia Fernandes Heimann foi festejada como a acadêmica mais antiga – 39 anos desde sua posse da Cadeira nº 26. Já a convidada Adriana foi à lágrimas ao lembrar da saudosa avó Luiza da Silva Rocha Rafael, uma das três fundadoras da Aflaj em 1972 – as outras foram Josefina Rodrigues da Silva, a Jorosil, e Antonieta da Silva Barros.

Foi uma noite que uniu as mulheres das artes e membros dos três poderes, com o vice-prefeito de Jundiaí, Gustavo Martinelli, o vereador Paulo Sérgio Martins, representando o Legislativo, e o advogado e diretor da OAB Daniel Martinelli. Na plateia tinha ainda a juíza Jane Rute Nalini Anderson que acompanhou o irmão e convidado mais que especial José Renato Nalini, jundiaiense que preside a Academia Paulista de Letras.

O vice Martinelli garantiu que levaria ao prefeito Luiz Fernando Machado a reivindicação que ouviu ali de que as academias de letras e artes da cidade precisam de uma sede para reuniões e eventos.
Em seu discurso, Nalini destacou que a Aflaj é exemplo de perseverança, uma entidade cultural sem apoio nenhum do estado, um trabalho de heroínas que chegam a tirar dinheiro do bolso para que a academia funcione.

Dona Ligya contou que a fundadora Luiza pegou em sua mão no leito de morte e pediu que ela não deixasse morrer o sonho de ter uma academia feminina em Jundiaí, por isso a noite era de pura alegria para ela. “Que venham mais 50 anos”. Ela recebeu ainda um prêmio pela assiduidade de 100% nos encontros da Aflaj no ano.

A presidente Lúcia chamou as fundadoras de “as três mosqueteiras” e que a academia é “uma senhora, senhora inquieta que não se cansa de reinventar sua trajetória… semeando amigos e difundindo arte e cultura na Terra de Petronilha”. Também deu um forte recado: “Em meio século o país mudou, a sociedade mudou, mas ainda não conseguimos estancar a violência e a descriminação de gênero; na educação, não conseguimos erradicar o analfabetismo e o número dos analfabetos funcionais cresce a cada dia… este cenário leva-nos obrigatoriamente a produzir em prol de uma sociedade mais igualitária e humana”. Foi muito aplaudida.

Marilzes Petroni, Cadeira nº 33, leu uma poesia. Com a cerimonialista Elza Francisca de Camargo, Cadeira nº 5, a festa teve homenagens ainda à Valéria de Macedo Rocha Gomes, Cadeira nº 18, eleita pelas demais como “Acadêmica do Ano”. Todos os presentes receberam a “Coletânea Aflaj 2022”, livro com 168 páginas que saiu pela Editora In House.

Entre muitos cabelinhos brancos, algumas das pessoas usando máscara, se viu uma criança e alguns jovens. Veja fotos:

Fotos: Edu Cerioni