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Auditor afastado do TCU por conta de dados falsos sobre covid a Bolsonaro mora em Jundiaí
Ele é carioca, veio para cá em 2015 e diz que seu pai é amigo do presidente
O ministro-corregedor do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, pediu nesta quarta-feira (9) à presidente do TCU, Ana Arraes, que determine que a Polícia Federal abra um inquérito para investigar o auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, 41 anos. Ele é suspeito de envolvimento na elaboração de um documento, inserido no sistema do órgão no último domingo (6), que distorcia os dados do número de mortos pela Covid-19 no Brasil. O material vazado em seguida foi citado pelo presidente Jair Bolsonaro na segunda (7). Alexandre nasceu no Rio de Janeiro e veio morar em Jundiaí há cerca de seis anos.
Dantas também pediu que o TCU abra um processo disciplinar contra o servidor e o afaste do cargo enquanto durarem as investigações. Se o pedido for acatado pela presidente do Tribunal, Silva Marques ficará impedido de entrar nas dependências do órgão e de acessar os sistemas de informática.
Alexandre já foi afastado do cargo de supervisor de um grupo de auditores responsável por ações de fiscalização e combate à corrupção para assuntos de Covid-19.
Alexandre afirmou que foi o próprio pai o responsável por repassar o documento ‘paralelo’ ao mandatário. O pai é militar e ganhou cargo neste governo na Petrobras. O dado está junto à confissão do servidor enviada à corregedoria do TCU, segundo informações do jornal “Folha de S.Paulo”.
O auditor é amigo dos filhos do presidente e já foi convocado para prestar esclarecimentos à CPI da Covid no Senado. A convocação foi aprovada na manhã desta quarta.