Com direito a corte de fita inaugural, brinde com espumante, bênção do padre, aplausos e até um inesperado poeta saudando a novidade, o Sicoob Integrado chegou ao Caxambu com nova agência na noite desta quinta-feira, 13 de julho.

Depois de contar com um escritório no bairro nos últimos meses, agora as pequenas e médias empresas, os restaurantes, as adegas, os comércios em geral e as famílias agricultoras ganham uma ampla agência, com mais oferta de serviços, incluindo caixas.

Desde de que o Itaú fechou em 2020, Caxambu e vizinhança ficaram órfãos de uma agência bancária. O Sicoob Integrado vem para ocupar essa lacuna a poucos metros de distância e no mesmo lado da calçada onde o outro banco funcionou a partir de 2008 na avenida Humberto Cereser (ao lado da Farma Conde na esquina com a rua Roque Domingos Molinari).

“Mas somos diferentes, oferecemos as novidades tecnológicas, porém nosso forte é o olho no olho, um atendimento presencial atencioso e de qualidade. E se o lucro daqui ia lá para a Faria Lima, o nosso fica na comunidade, somos uma cooperativa que busca o desenvolvimento do lugar onde atua”, explica Alcir Freisleben, presidente do Conselho de Administração do Sicoob Integrado.

Foram três anos de estudos até a inauguração desta quinta. Alcir foi quem veio conhecer a cidade por indicação de um amigo; visitou o Caxambu e notou a carência de uma agência em diferentes conversas. A pandemia da Covid-19 adiou os planos por um ano, mas nada que o fizesse mudar de ideia de que este é um investimento certeiro.

Professor de cooperativismo, o gestor de Agronegócios e Turismo, Eduardo Alvarez, comemora: “Em São Paulo há dificuldade para a agricultura familiar encontrar um banco e ter o Sicoob aqui no Caxambu é extraordinário”.

“O escritório já era funcional, sou correntista, e com a agência fica muito melhor. Temos atendimento rápido para diferentes necessidades. Esses bancos que você só tem acesso eletrônico não são pra gente, gostamos do café com o gerente”, assegura Marcelo Reis, dono do Botequim do Marcelo, na mesma avenida.

Há cerca de 90 dias em Jundiaí, o gerente Carlos Souto, que vem de Cascavel, no Paraná, vê muitas semelhanças entre quem vive no Caxambu, Roseira e Toca, com o povo do Sul e isso facilita a proximidade. “O desafio é grande, mas a expectativa é maior”.

A cooperativa nasceu no Paraná. Alcir é de Pato Branco e destacou a colonização italiana como ponto de união e mais: “Me lembrou o Santa Felicidade, de Curitiba, esse pedaço bonito de Jundiaí, com restaurantes, condomínios e sua zona rural”.

Ele conhecia o Oeste Paulista e se encantou com o que viu aqui. Veio com a esposa e por 15 dias andou por todo lado, comprou o vinho do Papa, ouviu histórias e confirmou o potencial jundiaiense de desenvolvimento sustentável.

Potencial esse que o presidente da Câmara Municipal, vereador Antônio Carlos Albino, destacou: “Somos a segunda melhor cidade para se viver no Brasil, embora eu sinta que somos a primeira. Somos a sexta maior economia de São Paulo e muito diversificada, com grandes indústrias, comércio forte, serviço atuante, logística, agricultura e turismo rural em alta”, disse. Mark Monteiro, da agora centenária Associação Comercial e Empresarial de Jundiaí, emendou: “Somos 33 mil CNPJs e o Sicoob Integrado acertou na escolha”.

Regido pelo Banco Central, o Sicoob Integrado ampliou seu atendimento do Paraná para São Paulo. Aqui, tem agência na avenida 9 de Julho e escritórios dentro da ACE e também na Vila Arens, no Vianelo e no Eloy Chaves, este no radar para ganhar a próxima agência.

Tocado pelas palavras do padre João Batista Carvalho, da Igreja Senhor Bom Jesus, que leu um trecho do Evangelho segundo Mateus e destacou que “não basta não fazer o mal, é preciso fazer o bem”, Roberto Fernandes, presidente do Conselho do Sicoob Unicoob, explicou que “o Sicoob Integrado chega ao Caxambu para fazer negócios sim, mas nossa operação transcende isso, porque vem para realizar sonhos”. Em referência a linhas de créditos e outras facilidades oferecidas aos cooperados.

O único sonho que não deu certo para a maioria absoluta presente na inauguração foi a classificação do Palmeiras para as semifinais da Copa do Brasil 2023, porque acabou eliminado pelo São Paulo. Antes do jogo teve o que o marketing chamou de ‘quebra de protocolo’, quando os anfitriões da noitada presentearam o padre com uma camisa de seu time do coração. A torcida se inflamou na base das palmas. Mesmo do Paraná, são todos palmeirenses roxos.

Tão surpreendente para eles quanto a derrota do Verdão foi ouvir Edson Fonseca, pai de Cássio, presidente da Associação de Moradores do Caxambu, que roubou a cena. O senhor de 83 anos empunhou o microfone passado pelo filho para falar de seu amor por aquele pedaço de chão, seguido da leitura de uma poesia de sua autoria destacando a chegada dos primeiros imigrantes, a luta para gerar frutos naquela terra, as belezas e a história do lugar. “Era tudo mato e agora temos essa agência linda para nos atender”. Ganhou muitas e muitas palmas, além de abraços.

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