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Combustível rareia e Jundiaí desacelera no país do desgoverno
É grande a fila nos postos que ainda têm gasolina; frota de ônibus é reduzida e há menos hortifrutis nos mercados
Há mais de 40 dias Michel Temer e sua equipe já sabiam que os caminhoneiros iam parar se não tivessem suas reivindicações analisadas e se achasse uma saída. Nada fizeram e nesta quinta-feira (24) o Brasil vive o caos do desabastecimento, que mexe também com a vida dos mais de 400 mil moradores de Jundiaí.
Motoristas estressados estão enfrentando fila quilométrica para tentar encher o tanque de combustível em postos da cidade que ainda têm o produto. Muitos já estão sem ter o que oferecer, como esses dois nas fotos abaixo na rua Pirapora. E mais: os motoristas pagam mais caro também. Teve comerciante que aproveitou para subir o preço do litro da gasolina a R$ 4,99 na avenida 14 de Dezembro, por exemplo.
A Prefeitura de Jundiaí anunciou na quarta (23) que estava “tudo sob controle”. Horas depois já informa que só 40% da frota de ônibus circula – uma dose extra de sofrimento para quem já é mal atendido normalmente -, que a DAE não tem combustível para manter sua frota nas ruas, que a coleta de lixo está suspensa, que não haverá aulas nas Emebs nesta sexta, que…
A paralisação dos caminhoneiros gerou um efeito cascata que atinge a todos, sem distinção de classe social. Estradas da região estão sendo bloqueadas e isso implica em menos produtos chegando aos supermercados. Os hortifruti vão sumindo e subindo de preço.
Até o Uber dobrou o valor das corridas neste dia de caos. O impacto é para toda a cadeia produtiva, com fábricas diminuindo o ritmo, escolas esvaziadas, enfim, reflexos de um total desgoverno em um país que sobrevive graças ao talento para o improviso de seu povo.