LOADING...

Jundiaqui

 Eu vi o Papa! Não sei se ele me viu na TV
25 de abril de 2025

Eu vi o Papa! Não sei se ele me viu na TV

Por Edu Cerioni – Eu só vi o Papa Francisco de longe, bem de longe aos olhos e perto do coração, suficiente para nunca esquecer do nascido Jorge Mario Bergoglio e que se tornou Bispo de Roma e Soberano da Cidade do Vaticano em 13 de março de 2013 e que faleceu aos 88 anos neste 22 de abril de 2025.

Primeiro, o vi passando com o papa-móvel em rua do Rio de Janeiro, também em 2013. Fui para lá participar – embora com 47 anos de idade – da Jornada Mundial da Juventude, junto com a minha esposa Rita e com nossa filha Clara. Em uma esquina consegui avistar a cabecinha branca passando no meio da multidão, mas nem deeu tempo de registrar em foto. Ainda assim, foi gratificante.

Falam em 3,7 milhões de fiéis reunidos para festejar o então recém-aclamado pontífice da Igreja Católica (assumiu o posto quatro meses antes por conta da renúncia ao cargo de Bento XVI). E logo de cara veio sentir o calor humano do povo brasileiro…

Consegue imaginar a distância que fiquei dele na missa na praia de Copacabana? Muitos quilômetros, muitos mesmo. Mas valeu a pena. Foi o ápice da visita ao Brasil desse já saudoso primeiro santo padre nascido nas Américas.

Era 28 de julho de 2013, dia em que fez uma homilia que o apresentou ao mundo de um jeito especial e antecipou que se tornaria o Papa do Povo. Um argentino sem revanchismo, afinal ele mesmo garantiu aqui que Deus é brasileiro.

Foi sua primeira viagem internacional e que segue inesquecível para nós. Difícil descrever a emoção que sentimos durante a romaria desde a Estação Central do Brasil, famosa no cinema, até chegar a Copacabana, mais de 10 quilômetros a pé. Fomos junto com milhares de peregrinos, que recebiam aplausos, carinho, solidariedade e água dos cariocas durante o trajeto todo.

Sempre me vem a imagem e os sons de quando deixamos o túnel Frei Caneca, cortando o Morro de Santa Teresa na Tijuca. Seguramos o passo para passar junto aos argentinos empolgadíssimos, com batuques e canções que nos faziam voar alto. Vi uma juventude bonita, animada, acreditando em dias melhores, num desfile de camisas e bandeiras coloridas do mundo todo, um dos momentos mais inspiradores que tive na vida.

A segunda chance veio quando fui fazer turismo na Europa. Ir a Roma e não ver o Papa, nem pensar. Domingão de sol forte na Itália, multidão reunida e eu fui com a Bandeira do Brasil nas costas, junto com a Rita, minhas cunhadas Julia e Marici e mais Lúcio. O objetivo meu e de vários outros ali era chamar a atenção do Papa Francisco, que estava lá no alto, em uma das muitas janelas da Basílica de São Pedro, de onde é feita a tradicional bênção dominical de cerca de 20 minutos.

Minha sogra Dora Nicioli foi quem deu a dica: “Leve algo pra mostrar que tem brasileiro lá, o Papa Francisco sempre fala dos fiéis de diferentes nacionalidades, vi na TV”. Peguei a bandeira que estava guardada desde o fatídico jogo dos 7 a 1 para Alemanha, na Copa, e não tive dúvidas em pular, acenar, agitar a nossa inigualável verde e amarela, bandeira que é de todo o povo brasileiro e não somente de parte dele, como tentaram nos fazer acreditar de uns tempos para cá.

De volta ao Vaticano, naquele 10 de agosto de 2014 o Papa Francisco estava furioso, fez um discurso forte contra a guerra no leste da Ucrânia e se despediu sem dar bola para a torcida na praça. Guardei a bandeira e fui tomar uma cerveja e almoçar, seguindo o passeio por Roma depois e, claro, motivo de gozação no grupo.

De noite, eu e Rita estamos no quarto do hotel e resolvemos zapear os canais da televisão. Parei no Itália TV2000 que noticiava a ida do Papa Francisco para a Jornada Asiática da Juventude dali a dois dias. Eles usando imagens do dia na praça de São Pedro, repleta de argentinos e a seguir dando zoom em um animado brasileiro, no caso eu, que pulava com a nossa bandeira. O locutor diz que Francisco recebeu carinho de conterrâneos sul-americanos na despedida para a Coreia. Não sei se o Papa me viu na TV, quem sabe…

Prev Post

Basilides: 83 anos e cada…

post-bars

Leave a Comment