
Ligação férrea Jundiaí ao Porto se fortalece com novo terminal
Abandonada nos anos 1950, ferrovia volta a fazer brilhar os olhos dos empresários da região
A história ferroviária de tanta importância para nós começa a escrever um novo capítulo a partir de dezembro, com a entrada em funcionamento do Tiju, apelido para o Terminal Intermodal de Jundiaí. Ele nasce com a promessa de ser uma solução mais eficiente e competitiva para exportações, importações e logística doméstica via ferrovia até o Porto de Santos.
Construído junto à malha da MRS, o Tiju ocupa uma área de 75 mil metros quadrados e com capacidade para movimentar 70 mil TEU (Twenty Feet Equivalent Unit, unidade padrão do segmento, que corresponde a um contêiner de 20 pés) por ano.
Além da possibilidade de receber e enviar cargas pelas rodovias dos Bandeirantes e Anhanguera, o terminal se conecta diretamente a uma das ferrovias mais produtivas do mundo, com uma malha de 150 km até o Porto de Santos e 480 km até o Rio de Janeiro – ligação que será feita em um segundo momento, mas ainda em 2018.
Lançado nesta terça-feira (28), o Tiju surge em um momento em que a movimentação de cargas por ferrovia no Porto de Santos tem crescido significativamente – de um total de 15,1 milhões de toneladas em 2008 para 113 milhões de toneladas em 2016 (importação e exportação). Atualmente, a participação do modal ferroviário no porto é de 27% do volume total movimentado e deve chegar a 40% nos próximos dez anos.
A MRS investiu R$ 450 milhões nos últimos cinco anos, em projetos como a Segregação Leste (foto acima), aquisição de locomotivas especiais (Stadlers) para a transposição da Serra do Mar, duplicação do trecho Perequê-Santos, ampliação do pátio de Santos, entre outros projetos.
Quem vai operar toda a gestão do transporte feito por meio do terminal é a Contrail, que se diz uma alternativa mais competitiva ao modal rodoviário, que tanto foi valorizado a partir dos anos 1950 e quase fez desaparecer a ferrovia.