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Mosquito transgênico coloca biologia sintética na região
Por José Arnaldo de Oliveira
Um estudo publicado na edição de 10 de setembro da revista especializada “Nature: Scientific Reports” (e divulgado pela agência Deustche Welle) aponta falhas no período pós-teste de mosquitos transgênicos na Bahia.
A empresa, entretanto, é a mesma apontada como bem sucedida em cidades como Piracicaba e Indaiatuba – e que agora implanta projeto na região, em Itupeva.
Trata-se da Oxitec, de origem inglesa e incorporada em 2015 pela Intrexon, multinacional entre as líderes da biologia sintética com foco na manipulação do DNA.
Segundo os pesquisadores liderados pela Yale University com apoio de cientistas brasileiros, o teste na Bahia esperava que descendentes de Aedes aegypti geneticamente modificados morressem antes de chegar à fase adulta –mas teria criado uma nova geração de mosquito, que pode ser ainda mais resistente.
Naquela cidade liberou-se cerca de 450 mil mosquitos transgênicos machos por semana. A mudança genética chamada OX513A, cria uma marca de proteína fluorescente. Isso permitiu constatar que depois de 18 meses a população de mosquitos voltou a crescer para o volume anterior ao teste.
Segundo explica a filial brasileira da Oxitec, “milhares de ovos do Aedes aegypti receberam, em 2002, uma injeção que continha DNA sintético com genes. Um desses genes produz uma proteína que impede o mosquito de chegar à fase adulta caso não receba um antídoto. O outro gene produz uma proteína que faz com que o mosquito brilhe sob uma luz específica do microscópio. Esses mosquitos com os genes adicionais foram então selecionados na fase de larva com base no brilho apresentado sob o microscópio e cruzados entre eles para obter a linhagem do chamado Aedes do Bem (marca registrada)”.
O alerta do novo estudo, como tantos outros casos transgênicos, é do risco de mudanças genéticas escaparem do controle ou de contaminarem outras espécies silvestres. Um desafio não apenas para ambientalistas, mas para os tomadores de decisão e a comunidade. No caso, que a solução ainda não é definitiva. A batalha contra a dengue, febre amarela, zika e chicungunya continua.
Veja a pesquisa na Nature, clicando aqui e saiba mais da Oxitec e da Intrexon