
Coca Cubero: Dorme, Menino
Thaty Marcondes escreve na despedida desse jundiaiense aventureiro
Dorme, menino,
Que enquanto descansas
(pra nova jornada)
Os anjos e querubins
Te ajustam as asas
Dorme, menino
Pousa teus sonhos
Em nuvens claras,
Agarra a luz e segue
Por entre as alamedas
Floridas e ensolaradas
Dorme, menino
Que em breve sorrirás novamente
Em tua nova casa
Abraça teu pai, dá um beijo nos avós,
Te prepara pra esperar tua mãe,
Diz pros tios e tias que por aqui
Vai tudo nos conformes
Da nova ordem
Tão em desordem
Como nenhum deles jamais
Ousou pensar
Dorme, menino
Descansa esse corpo cansado,
Gasto, cheio de pane e maltrato
Que a vida não deixou barato
E castigou teu sorriso largo
Sem dó nem piedade
Logo você, menino do bem,
Que tanto amou a natureza
E os animais que se avizinharam de ti
Dorme, menino
O sono dos justos,
O descanso dos heróis,
O sonho manso dos artistas,
Que em sensibilidade tanto nos emocionou
E nos fez sorrir
Dorme, menino
Velaremos teu sono até que partas
num vôo livre, leve, solto
rumo à verdadeira morada.
29/12/2020 – 20h55
Nota da Redação: a poetisa Thaty Marcondes escreveu o poema na noite de terça e nesta quarta-feira (30), Jundiaí disse adeus a Wagner Cubero, o conhecido Coca, aos 60 anos, vítima de câncer. Coca foi aventureiro das cavernas do Petar, defensor da natureza, um amigo alegre do Carnaval, corintiano de sorriso fácil.