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Dez anos sem o Carlitos Jundiaiense
De bigode e pés virados, foram 60 anos de sucesso de Milton Domingos com sua bengala e chapéu coco
Edu Cerioni
Foi em 2008 que Jundiaí se despediu de Milton Domingos, aposentado da Vigorelli e vendedor de vinhos, um enterro em que se ouviu a canção “Luzes da Ribalta”. Uma década depois ele ainda é lembrado por sua bela história como o eterno Carlitos Jundiaiense.
Nascido aqui, foi com a família para São Paulo ainda bebê e, na juventude, fez sucesso ao imitar Charles Chaplin. Voltou para cá com um belo bigodinho e aperfeiçoou os passos na trilha do famoso artista de filmes mudos da TV.
Com pernas flexíveis e um carisma ímpar, vestia-se com uma camisa branca e calça, gravata e paletó pretos e não havia criança que resistia a suas brincadeiras em festas, inaugurações e por onde passava no comando de sua bandinha. O chapéu coco e a bengala foram seus parceiros por longas seis décadas.
Foram pelas lentes da PRF3, uma das primeiras emissoras do país, que o nosso Carlitos ganhou fama. Passou por Tupi, Canal 13 e TV Globo. O auge foi em 1967, quando ganhou o concurso de “Melhor Imitador do Brasil” das mãos de ninguém menos do que Silvio Santos. Foi o embalo que precisava…
Segundo a “Enciclopédia Cultural de Paula”, fez teatro e cinema. Nos palcos esteve em “O Ébrio”, com Vicente Celestino, inclusive se apresentando no Teatro Polytheama de Jundiaí. Fez também os filmes “Estradas da Vida” e “Crepúsculo do Ódio”. Com sua Banda Musical e Humorística de Jundiaí, com 14 instrumentistas, esteve na abertura da novela “Éramos Seis”, no SBT, em 1993. Fez comerciais ao lado de Tony Ramos e Suzana Vieira para a Uemura.
O Carlitos Jundiaiense foi tema de duas exposições fotográficas e tem seu rosto em uma pintura na avenida 9 de Julho sob o viaduto da avenida Jundiaí.
Ele nasceu em 17 de janeiro de 1933 e se despediu em 1º de abril de 2008.
Fotos: Alexandre Martins e Luciano Rizzieri/reprodução Facebook e Acervo Professor Maurício Ferreira/Sebo Jundiaí