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Miro, meu pai
Por Wagner Ligabó
Se tinha alguma coisa que combinava com a chegada da primavera em 22 de setembro era o aniversário de meu pai dois dias depois, 24 de setembro.
Ele, aquele caipira do campo e seu jeito malandro e faceiro, tinha a graça, a fragrância e as cores da estação que chegava: sorriso multicolorido, simpatia que exalava perfume de lavanda, amor e dedicação a nós, tão belo quanto buquê de rosas brancas, encantamento de caráter íntegro tão hipnotizante quanto a revoada de um beija-flor, coração maior que a vitória -regia e a sensibilidade de uma orquídea em flor.
Argemiro, Miro para os amigos, era seu nome. Meu melhor amigo, meu pai-herói. Deus o acolheu em 1995 no dia de Nossa Senhora da Aparecida, sua padroeira, um 12 de outubro, também Dia das Crianças que ele tanto amava. Hoje completaria 93 anos. Seria pedir muito estar aqui ? Não. No consultorio tenho inúmeros pacientes com mais de cem anos, porém a Divindade é soberana.
Sinto falta da mão protetora, do conselho em voz baixa e do abraço com seu cheiro.
Miro, meu pai: é um incalculável orgulho ser teu filho.
Saudades!
Wagner Ligabó é cardiologista e vereador
Foto do abricó (couroupita guilanenses): Antonio Scarpinetti