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O footing e o cinema
Por Vivaldo José Breternitz
A partir talvez dos anos 1920 – e até talvez os anos 1960 – paquerar (será que essa palavra ainda existe?) era sinônimo de caminhar pelas ruas e, claro, flertar (será que isso ainda existe?) quando possível – isso era chamado “footing”.
O “footing”, que vem do inglês ‘ir a pé’, acontecia principalmente nas cidades menores – as garotas colocavam suas melhores roupas e saíam para caminhar com um objetivo claro: serem observadas pelos rapazes, igualmente bem arrumados, que tinham como objetivo, observar as meninas…
Aqui em Jundiaí, isso acontecia aos sábados e domingos, principalmente na área próxima aos cinemas do centro, nas ruas Barão de Jundiaí e Rosário e na praça Governador Pedro de Toledo – a ideia era que as meninas caminhassem e os rapazes ficassem parados; inúmeros namoros e casamentos começaram no “footing”.
Nos anos 1950, nossa Prefeitura interditava o trecho da Rua Barão entre a praça e a rua da Padroeira, local onde o “footing” era mais intenso.
Em 1958, o vereador Nelson Chacra pedia que a Prefeitura levantasse essa interdição nos dias chuvosos, quando não havia “footing”, de forma a que automóveis pudessem recolher as pessoas que estivessem saindo da primeira sessão do Cine Ipiranga, que começava às 7 da noite e terminavam por volta das 21.
Além do Ipiranga, os outros cinemas de nossa cidade eram o Ideal, Polytheama, Marabá, República e Vitória – bons tempos…
Vivaldo José Breternitz, do blog Jundiahy Antiga