Em 1881, a Companhia Paulista de Estradas de Ferro realizou um aumento de capital, emitiu um lote de novas ações e convocou os acionistas para que subscrevessem, querendo, as frações desse lote que cada um deles teria direito de subscrever. O edital de convocação dos acionistas foi publicado no “Estadão”, nos dias 6, 9 e 21 de abril, nas páginas 3, 4 e 4 respectivamente.

Esse edital contém a relação de quem eram os acionistas da Companhia Paulista em 1881, em ordem alfabética pelo primeiro nome. Meu bisavô Zeferino da Costa Guimarães foi fácil de encontrar, é o último da lista e o único na letra Z. Porém, tive a curiosidade de ler a relação completa dos acionistas, que eram surpreendentemente poucos para uma empresa daquele porte.

Lá está o Coronel António Leme da Fonseca, filho do Senador Fonseca e neto materno do Barão de Jundiaí. Lá está Ana Prado da Fonseca, que acredito seja a filha do Barão de Jundiaí casada com o Senador Fonseca e mãe do Coronel Leme da Fonseca, a menos que se trate de uma descendente homônima. E lá estão numerosos membros da família Silva Prado, parentela próxima do Barão de Jundiaí, cuja mãe era Silva Prado.

Todos os Silva Prado descendem do português António da Silva Prado, que casou em Jundiaí, em 1730, com Francisca de Siqueira de Moraes. Não fiz as contas para conferir, mas parece que os Silva Prado e seus agregados por casamentos detinham o controle acionário da Companhia Paulista, se considerados em bloco.

Outros acionistas têm sobrenomes que sugerem fosse gente de Jundiaí: Forster, Lacerda Guimarães, Prates.

Fica o registro dessa fonte para uso de outros pesquisadores que talvez se interessem pelo assunto.

LUIZ HAROLDO GOMES DE SOUTELLO, da Academia Paulista de História e da Academia Jundiaiense de Letras.