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“Memorial Brumadinho é uma tristeza eterna”
Pela primeira vez e ela avisa que foi a última, a jornalista Silvia Helena Ferraz Santos esteve em Brumadinho, cidade onde seu filho, Luis Felipe Alves, faleceu aos 30 anos em 25 de janeiro de 2019. Foi conhecer o memorial em homenagem às 270 vítimas da tragédia que foi o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale.
“Não dá para dizer que é um lugar bonito, isso nunca. É sim um lugar triste, de dor profunda para o país e ainda mais para nós, as famílias que perderam seus filhos”, contou Silvia, sobre a ida a Minas Gerais.
O apelidado Pivet teve a ossada encontrada pelo Corpo de Bombeiros em 2 de maio de 2022, isso 1.093 dias depois desse que é considerado um dos maiores desastres humanitários e ambientais do Brasil. Foi a 267ª vítima identificada, sendo que depois disso outra pessoa também pode ganhar um enterro pelos familiares – ainda faltam duas. Sua identificação ocorreu por meio de arcada dentária.
Luis Felipe Alves era funcionário da Vale, nascido em Jundiaí, e se formou em engenharia de produção no Espírito Santo. Ele trabalhava no setor administrativo da empresa na qual chegou menos de três meses antes de a barragem romper.
O chamado Memorial Brumadinho foi erguido no local da tragédia e na entrada conta com um pavilhão de concreto e um conjunto de cristais que simboliza as vítimas, chamadas de “joias” por seus familiares.
O percurso é feito por uma espécie de fenda de 230 metros, direcionada ao ponto do rompimento da barragem, com os nomes dos mortos nas paredes laterais. Dá em uma queda d’água.
Tem ainda uma escultura quadrada de 11 m x 11 m e 80 toneladas que representa uma cabeça suspensa e rachada, por conta da fragilidade humana diante dessa tragédia. Há ainda o Espaço Memória e o Espaço Testemunho, com fotos e objetos pessoais das vítimas.
Para ela, o que resta é “eterna saudade, eterna tristeza”.