Jundiaí se despede de Paulo Nasser nesta segunda-feira (14)

Por Thaty Marcondes

Ele tinha aquele olhar
Que só os seres iluminados possuem:
Olhar de parcimônia, de compreensão,
De doçura, de sinceridade.

Gostava de ir à Casa Cica
Comer divinos pasteizinhos
De queijo Brie com damasco,
Acompanhados de uma gelada.

Brincava com todos.
Gostava de música –
Músico que era –
E de ser gente.

Era tranquilo, mas guerreiro;
Era gentil, mas justo.
Era amante, amado, amável.
Amigo, leal, pai.

Lutou até o fim
Sem perder a fé –
Na vida ou na morte,
Pois compreendia ambas.

Aceitou a segunda,
Depois de aproveitar a primeira,
Como um curso natural.
E não seria esse o fim de todos nós?

Foi em paz, tranquilo,
Certo de que tudo estava correto,
Aceitando o tempo precipitado,
Fora do combinado.

Ele tinha aquele olhar,
Agora descansado.
Olhar de paz, de amor.
Ele entendeu tudo.

Fotos: Edu Cerioni e Lígia Ballas/ Arquivo JundiAqui