Artista plástica, a transexual Samy Fortes desenhou uma história em Jundiaí, curta é verdade, mas colorida contra a exclusão e a violência enfrentadas pela comunidade trans e, mais marcante, para dar visibilidade e respeito a todos indistintamente de suas orientações sexuais ou de cor e raça. Deixa como legado o CAIS – Centro de Apoio e Inclusão Social para Travestis, Transexuais e Pessoas em Vulnerabilidade.

Aquela que se definia como “uma mulher negra de descendência indígena”, que tinha sobrenome do meio de Silva, obteve um reconhecimento em 2022 da Organização das Nações Unidas, a ONU, pelo seu ativismo social.

Disse adeus neste dia 3 de janeiro de 2025. Morreu aos 48 anos, um mês depois de descobrir um câncer – não resistiu a uma cirurgia no Hospital São Vicente.

Samy foi diretora da ONG Aliados, o primeiro grupo voltado para o atendimento do público LGBT de Jundiaí e Região e que nasceu em 2006 – criador da Parada do Orgulho Gay -, trabalhou na Cultura Municipal e em plena pandemia, finais de 2020, montou o CAIS.

A advogada e ativista pela causa LGBT Kelly Galbieri disse que “Samy foi uma mulher que soube mostrar a importância da discussão sobre a transexualidade. Esteve em todos os espaços, conheceu pessoas e fez com que fosse admirada e reconhecida por onde passou. É triste demais perdermos uma pessoa com tão pouca idade e que não possa mais falar em nome de todas e todos transexuais. Mas tenho certeza de que deixou seu legado e sua história como forma de militância. Espero que possa encontrar a tão sonhada paz neste novo lar”.

O também ativita do movimento LGBT Erverson Arantes resumiu: “Jundiaí perdeu uma grande mulher guerreira, que fará falta”.