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Intervenção politiqueira
Douglas Mondo escreve sobre a intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro
Há um processo de simbiose entre venda de droga de adição, consumidor e corrupção estatal.
A produção de droga não entrou no caldeirão da discussão. Acrescentou-se um velho ingrediente que é a força com sabor de pimenta, mas que não altera o gosto do prato final.
A venda continuará, o consumo também e a corrupção estatal em nada vai alterar.
A mídia explorará o espetáculo da intervenção, com dois resultados previsíveis: tudo continuará como antes no quartel de Abrantes ou haverá o enfrentamento por parte das quadrilhas de distribuição de drogas, que por um breve período poderão se unir contra a intervenção do exército. Para prejuízo da população.
As questões centrais continuarão passando ao largo da politiqueira intervenção. A descriminalização continuará sem discussão e avanço; planos de cargos e salários justos policiais sem aplicação; unificação policial com trabalho em conjunto com o MP também sem avanço; ainda sem ataque verdadeiro e forte contra a corrupção política e de agentes públicos; desenvolvimento de inteligência policial continua sem existir; e o principal que é a aplicação real dos recursos públicos em saúde, educação e moradia em prol da população mais carente, evitando-se que seja adotada pela criminalidade que substitui o Estado nas favelas do Rio, nem pensar.
Enquanto tudo isso não acontece, políticos sujos e corruptos assinam ordens intervencionistas de resultados inexistentes. É isso aí!
Douglas Mondo é advogado e superintendente da TV Japi