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Mais de 400 milhões de animais silvestres atropelados neste ano
Por José Arnaldo de Oliveira
O Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia das Estradas (CBEE) mantém um placar online chamado de “atropelômetro”. Com a média de 15 animais silvestres atropelados a cada segundo nas estradas do país, ou mais de 1 milhão por dia, o número superava às 11h50 do dia 27 de outubro o número de 388 milhões de animais mortos – e vai ultrapassar em novembro a marca de 400 milhões.
A região que se orgulha do maior número de rodovias e veículos, o Sudeste, concentra também o maior número de mortes. E o campeão é exatamente o Estado de São Paulo.
Quem morre mais nessa conta gigantesca? De acordo com o projeto, 90% são os pequenos vertebrados como os sapos, ouriços, pequenas aves ou lagartos. Em seguida, com 9%, são os médios vertebrados como os pássaros maiores, lebres, gambás ou macacos. E em seguida, 1%, são os grandes vertebrados como as onças, lobos-guarás, antes ou preguiças.
Vale lembrar que cada ponto percentual é contado a partir do milhão. A iniciativa do CBEE, criado originalmente na Universidade Federal de Lavras, envolve apenas vertebrados terrestres (não considera, por exemplo, invertebrados como borboletas).
O método foi gerado a partir de 14 artigos científicos feitos em vários biomas do país e derivou para uma taxa de atropelamento médio que, entretanto, usa como base a maioria de rodovias federais de pista simples. Muitas rodovias estaduais e municipais, assim como estradas de terra, tiveram taxas menores. De qualquer forma, os números são impactantes.
O trabalho do centro origina-se do programa de pós-graduação em ecologia aplicada da UFLA, que desenvolve três linhas de pesquisa dentro da área de concentração principal de ecologia e conservação de recursos naturais em ecossistemas fragmentados e agrossistemas.
Se quiser colaborar com o esforço sobre o assunto, acesse https://sites.google.com/ecoestradas.org/urubus/
Saiba mais: http://cbee.ufla.br/portal/atropelometro/index.php.
José Arnaldo de Oliveira é jornalista e cientista social