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Os bundões não merecem porrada na cara
Pelo Dr. Didi – Diógenes Augusto Archanjo da Silva
Somos todos bundões?
Somos bundões por ter medo da Covid-19?
Somam-se 169 profissionais da saúde mortos ate 12 de junho.
Mais de dez mil infectados.
São mais de 117 mil brasileiros mortos.
São mais de 3,7 milhões de infectados – destes, muitos jamais voltarão à vida normal.
O capitão resolve esse e outros assuntos na porrada.
Desdenha da pandemia, mesmo tendo familiares infectados, ele próprio, inclusive. Dizem, né!
São todos ungidos pelos deuses olímpicos e da cloroquina.
É facil dar porrada em gente.
Figueiredo disse: “Prendo e arrebento”. Justiça se faça. Era pela abertura democrática. Dizem.
Faz-me lembrar do episódio que participei em dezembro de 1970: era nossa festa de graduação ao término do Curso de Preparação de Oficiais da Reserva.
Todos engalanados de tunica branca com botões dourados, calça cinza e estrelas nos ombros.
Já havíamos dançado a valsa e um tumulto fez a banda parar. Como era o presidente da turma e organizador da festa, fui verificar.
Um “penetra”, já contido pela PE (Polícia do Exército), era socado por um capitão. Segurei o capitão pelo braço e gritei: “Capitão, é um civil”.
Gotas de sangue mancharam minha camisa e eu poderia ter sido preso no meu primeiro dia como oficial.
Fui ver o “penetra” preso após o baile. Já o conhecia por ter impedido que maltratasse um meu irmão em um baile de Carnaval anos antes.
O capitão em questão, era não mais que o temido José de Ribamar Zamith. A “Wikipédia” reserva anotações com o seu nome – escrevo outro dia sobre ele…
Para capitães dar porrada em bundões é facil. É so segurá-los.
“Vamos tocar a vida com esse problema aí”, disse o capitão quando atingimos os cem mil mortos. Problema que só aumenta.
Requiem para você, CLAUDIO SANTOS, que aos 46 anos nos privou da sua amizade leal e sincera. Um herói da saúde que jamais será chamado de “bundão”. Perdeu para a Covid-19 nesta segunda-feira (24).