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Sonhos Possíveis
Por Lucinha Andrade Gomes- Discurso de posse da AFLAJ
Gilberto Gil, nosso amado ícone, tomou posse na Academia Brasileira de Letras e transbordou amor e esperança aos tempos sombrios vivenciados na cultura. A posse foi o coroamento de uma trajetória de luta, beleza e resistência nos momentos culturais, entre os quais cito a Tropicália.
Na mesma semana, senti-me extremamente honrada, privilegiada e feliz ao assumir a presidência da Academia Feminina de Letras e Artes de Jundiaí, um desafio imenso, pois a cultura é base para a formação social.
Inicialmente quero agradecer a confiança de todas as confreiras, em especial à presidente Marilzes Petroni que conduziu com maestria a gestão da AFLAJ e, agradeço, ainda, à diretoria empossada. Queremos acolher afetuosamente todas as 12 (doze) acadêmicas ingressantes, sintam-se abraçadas neste espaço cultural!
Confesso que senti um orgulho imenso por fazer parte deste oásis, onde escritoras, artistas plásticas, produtoras culturais, jornalistas, cantoras e musicistas talentosas buscam coletivamente fomentar o papel da AFLAJ nas cercanias das artes, literatura e cultura em nossa Jundiaí.
Nós, artistas, somos pensadoras que refletem a complexidade da existência humana com o objetivo de sensibilizar e despertar a sociedade, para as emoções mais íntimas do coração e para as belezas e mazelas sociais.
Esperamos ao lado destas mulheres fantásticas e sensíveis prosseguir com os sonhos das três pioneiras fundadoras Luísa da Silva Rocha Rafael, Josefina Rodrigues da Silva e Antonieta da Cunha Barros, que ousaram criar uma associação cultural integrada à vida social na terra de Petrô.
Iremos semear coletivamente os nossos trajetos da cultura, propiciar um congraçamento de diálogo democrático entre todas as acadêmicas, em interação com a sociedade mais ampla.
Cora Coralina, em um de seus versos, citou: “O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada, caminhando e semeando, no fim terás o que colher.”
Hoje, podemos com imensa alegria celebrar as conquistas efetivadas, graças ao empenho coletivo de todas os que semearam e reconheceram o valor do trabalho acadêmico desta instituição de cultura.
Estes são sonhos possíveis. Cabe a nós, acadêmicas, empregar a linguagem, a música e a arte para cumprir com o nosso dever ético de tornar a existência mais bela e fraterna.